- Diminuição dos gestos de afecto. É normal que um casal atravesse períodos de maior afastamento, como é normal que haja períodos em que a intimidade sexual é pouco frequente. Mas é preocupante que se passem semanas (ou meses) sem que os membros do casal expressem claramente o seu afecto através de abraços, beijos, conversas íntimas, brincadeiras e outros mimos. É a diminuição desta espontaneidade que constitui um alerta importante.
- Silêncios constrangedores. Não há nada melhor do que sentirmo-nos confortáveis com o silêncio na presença de alguém de quem gostamos – é agradável saber que podemos estar “agarradinhos” sem dizer nada. Mas é penoso lidar com os silêncios “estranhos”, especialmente quando pelo menos um dos membros do casal se sente triste aparentemente sem razão.
- Aumento da vontade de estar longe de casa. Todos nós já tivemos de trabalhar até mais tarde, sem que daí resultassem problemas sérios para a relação conjugal. De um modo geral, expressamos as nossas saudades e procuramos usufruir da companhia daqueles que amamos. Quando o cônjuge passa a ter de fazer serões muito mais vezes, quando o trabalho ou qualquer outra actividade passa a roubar demasiado tempo à relação, há razões para alarme.
- Quando um quer discutir e o outro não. Há alguns padrões de comunicação alarmantes e este é um deles. Quando um dos membros do casal parece querer discutir quase sempre sobre o mesmo assunto e o outro se fecha sobre si mesmo, evidenciando a vontade de estar sozinho, de se livrar “daquilo”, a relação está claramente em perigo.
- Desvalorização do sexo. O sexo não é tudo na vida. Mas se um dos membros do casal insistir em desvalorizar as queixas do outro, agarrando-se à ideia de que uma relação é muito mais do que a intimidade sexual, a relação corre sérios riscos. São frequentes os casos em que as queixas dão lugar à irritabilidade e esta dá progressivamente lugar à apatia, que acaba por ser confundida com concordância. Se o cônjuge deixou de se queixar, não é porque deixou de dar importância ao sexo – é porque começou a desistir. De resto, esta premissa é válida para as queixas noutras áreas da conjugalidade.
De um modo geral, o cônjuge que decide pedir o divórcio expressa o cansaço e a frustração por não ter visto as suas necessidades serem atendidas, apesar das múltiplas tentativas para discutir o assunto. A pessoa queixa-se por não ter sido ouvida, sente-se alienada e, por norma, irritada.
Infelizmente, conheço alguns casos em que o casamento está a morrer aos poucos, ainda que só um dos membros do casal se aperceba do que está a acontecer.
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